06/07/2010

Ai que saudades da Amélia?


Origem: M/S Cor: *** Sabor: Champagne/Pimenta/ Caldade açúcar
Trilha sonora sugerida para leitura do post:







Quando ouço essa música, imagino uma
Amélia lá dos anos 40, sem vaidade, de bob e
lenço no cabelo (no melhor estilo Dona Florinda),
unhas estragadas, avental sujo de ovo, vestidinho de chita, entre
vassouras e espanadores, ouvindo Dalva de Oliveira que cantava dores de amores que ela conhecia tão bem.

Era dona de casa e esposa, devia ser magrinha coitada, porque cuidava da casa, cumpria suas obrigações matrimoniais e ainda por cima passava fome e achava bonito.

Devia ser uma mulher sem grades sonhos, sem grandes realizações, apenas preocupada com seu marido, casa e família. Vivia conformada naquele mundinho.

Era a mulher ideal, a mulher dos sonhos de sua época.


E nos dias de hoje, quem é essa mulher?


A Amélia atual pode até ter seus momentos de bob
e lenço no cabelo, mas nunca deixar de lado a vaidade, tem
que estar sempre bem cuidada e adequada para cada ambiente,
afinal, hoje ela não circula apenas em seu ambiente doméstico, além dele, leva as crianças na escola, trabalha fora, vai ao salão de beleza, toma um chopinho no happy hour com o pessoal do escritório e é mulher.

Além de continuar se preocupando com seu marido, casa e
família, nunca vai achar bonito passar fome ao lado de ninguém, ela arregaça as mangas e vai a luta, assumir seu posto no mercado de trabalho e ser boa no que faz para que ninguém passe fome ao seu lado.

Agora ela não pilota mais apenas o fogão, as vassouras e os espanadores, além deles, ela também pilota o microondas, o aspirados de pó, seu automóvel, o GPS, o carrinho do supermercado e o do bebê, as fraldas descartáveis, sua agenda, a agenda dos filhos e muitas vezes do marido, o computador, o celular, o nextel... enfim, ela pilota sua própria vida.

Agora ela não fica mais em casa com seu vestidinho de chita, ela tem que ter roupas confortáveis pra cuidar da casa, casuais pra brincar com as crianças na pracinha e levá-los à escola, clássicas para usar nos compromissos profissionais, lindas e sensuais para acompanhar seu marido nos compromissos dele, e uma bela lingerie para quando chegarem em casa.

Ela agora não ouve mais a Dalva se lamentando, nem muito menos se conforma e identifica com ela, quando acha que tem problemas no relacionamento tem coragem, liberdade e regulamentações jurídicas para sair dele e correr atrás de sua felicidade e um novo amor.

E definitivamente o que a Amélia moderna não é, é conformada. Hoje ela contesta, tem sonhos e luta por eles, quer cada vez mais concretizar suas conquista e realizações. Tudo isso sem deixar de cuidar da casa, dos filhos, do marido e ser mulher.

A verdade é que as Amélias de hoje ocupam muito mais funções e tem muito mais obrigações, mas eu é que não queria ser a mulher de verdade de Mário Lago e Ataulfo Alves.

Aí eu pergunto, será que em algum tempo existiu mesmo uma mulher como aquela?

Será alguém gostou e sentiu saudades daquela mulher?

E será que ainda sentem?


Comunudade do orkut relacionada com o tema:Não nasci pra Amélia




3 comentários:

Angela Dal Pos - Morena de Pintas disse...

Adorei o texto, é verdade, a mulher de hoje é muito diferente (ainda bem). Aproveito para convidá-la para conhecer e seguir meu blog o Morena de Pintas. abs

Luciana De La Vega disse...

Puxa, quando escuto esta música me dá uma pena da Amélia! =P



http://loiradecorderosa.blogspot.com/

Anônimo disse...

Hello!

Postar um comentário

 
PageRank