21/08/2010

Baseado em fatos reais


origem: OM SE cor: * sabor: café, água, xarope
Trilha sonora sugerida para leitura do post:


Há dois anos ela cruza a cidade duas vezes por semana pra ir trabalhar, vai de ônibus e sempre faz o mesmo caminho, nele vê praças, vê lojas de roupa, de livro, bancos, cafeteria e gente, muita gente...
Neste caminho passa pela rua do cemitério e lá, além do cemitério, observa que tem um comércio bem variado, tem muitas floriculturas como não poderia deixar de ser, estabelecimentos que fazem lápide de túmulo e santinhos de defunto, lojas de móvel, de noiva , de instrumento musical, de tecido, despachante, tinturaria e uma igreja enorme (daquelas que antigamente eram cinema)...
E a cada semana isso tudo se repete, ela passa por ali e vê as mesmas coisas já faz parte da sua rotina.
Um belo dia, antes dela ir trabalhar, enquanto assistia o jornal local, ouve a manchete de um roubo cinematográfico, com direito a túnel cavado até o cofre do banco que foi notícia no país inteiro, aquilo chamou sua atenção. Olhou para tela e viu uma casa verde e um policial falando, todos na sala comentavam onde seria aquilo? Em que parte da cidade ficaria aquela casa? Nem ela nem ninguém reconheceu o cenário de tal ousadia.
Aquele era um dia de cruzar a cidade e lá foi ela pelo mesmo caminho, viu as lojas de roupa, livraria, o banco que seria assaltado, a praça, outros bancos, a cafeteria e gente, muita gente...
Quando o ônibus ia virar na rua do cemitério e ela já se preparava pra ver as floriculturas e tudo mais que seu inconsciente antevia, algo saiu do normal, a rua estava interditada, olhou para o lado, como sempre olhava, lá estava a loja de fazer lápide, como sempre esteve, tudo igual... olhou para o outro lado e para sua surpresa o cenário que vira na TV poucos minutos antes estava ali, com a tal casa verde, os policiais a equipe de TV, tudo ali naquele lugar que ela conhecia tão bem.
Por um momento sentiu-se sem referência...
Como não reconhecera aquele lugar na televisão? Como nunca tinha visto aquela casa verde antes?
E além da casa, o que mais não tinha visto no caminho por estar sempre olhando para o outro lado?
E nós, será que também não deixamos algumas coisas passarem despercebidas por olhar sempre para o mesmo lado?
Será que também não percebemos o que tem do outro lado da rua?
Quantas surpresas o outro lado da rua pode esconder que não reconheceremos quando olharmos para ele por outro ângulo?

2 comentários:

* M i l a disse...

Muito legal o texto, vc mesma quem escreveu?

Beijos! :*

Lu disse...

Mila,obrigada! Eu mesma que escrevi!rs
Bjoks!

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